Uma idosa de 66 anos que está internada no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, corre o risco de ter a perna amputada por falta de anestesistas para realizar uma cirurgia, conforme informou o advogado Silvimar Charles, que está à frente do caso. Mesmo após a Justiça recomendar o procedimento e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) endossar a decisão, ela segue à espera da cirurgia nesta segunda-feira (6).
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), mas a pasta não respondeu à demanda até a publicação desta reportagem.
A idosa Lucidalva Maria da Silva deu entrada na unidade de saúde no dia 11 de janeiro para tratar um cateterismo. Após a análise dos médicos, ela recebeu a recomendação de uma amputação parcial do pé direito, devido à necrose nos dedos e tecidos.
À família, o hospital informou que não teria como fazer a cirurgia por causa da falta de anestesistas. Desde dezembro de 2022 os pacientes do hospital denunciam o cancelamento e remarcações de cirurgias por causa deste mesmo problema.
A Justiça determinou, de forma liminar, no dia 27 de janeiro, que o estado realize a cirurgia com urgência, por causa da gravidade do estado de saúde da vítima.
Na decisão liminar, foi determinado que o diretor-médico do Hospital Geral Roberto Santos submeta Lucidalva à cirurgia na própria unidade ou em outro hospital que atenda pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – mesmo que nas vagas destinadas ao atendimento público, pela rede particular. O descumprimento da liminar gera multa diária de R$ 300 pelo hospital.
Segundo o advogado da paciente, ela já entrou em jejum cerca de 10 vezes para realizar a cirurgia, mas o procedimento foi desmarcado todas as vezes. Ele ainda afirmou que as situações aconteceram antes e depois da decisão da Justiça ser emitida.