O presidente estadual do PL, João Roma, detonou nesta sexta-feira (30) a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social. De acordo com ele, o caso se tratou de uma arbitrariedade judicial.
“Mais uma manobra arbitrária do judiciário brasileiro: tornar inelegível um homem público digno, que derramou o seu sangue e suor, dedicando-se a transformar a vida e a realidade do povo brasileiro e resgatar valores como o amor à pátria e o orgulho de pertencer a um país valoroso, de proporções continentais e tão cheio de vocações como o nosso Brasil”, declarou Roma.
Ex-ministro da Cidadania durante o governo de Bolsonaro, João Roma enxergou um viés político-ideológico na decisão do TSE, que tornou o ex-presidente inelegível por oito anos, contados a partir da última disputa eleitoral.
“Antes dessa sentença autocrática e de evidente viés político-ideológico, Jair Bolsonaro sequer foi submetido a qualquer ajuizamento constitucional pelos silogismos os quais o imputam hostilmente nessa sanha persecutória e cheia de ódio”, disparou o ex-ministro bolsonarista.
Para João Roma, a decisão tomada pelos ministros do TSE tem relação com o poderio eleitoral do ex-presidente, que estaria gerando medo em seus adversários. O ex-ministro, porém, deixa claro que segue apoiando Bolsonaro, independentemente da condenação.
“Dos dois um, ou eles têm medo de Bolsonaro voltar ao poder ou não sabem conviver com o seu legado histórico em benefício do povo. Tô fechado com o Capitão”, concluiu Roma.
Fidelidade
A fidelidade de João Roma a Bolsonaro se inicia em 2021, quando o então deputado federal pelo Republicanos da Bahia rompe sua relação pessoal e política com ACM Neto (União Brasil) para aceitar ser ministro da Cidadania no governo bolsonarista.
Roma foi chefe de gabinete da gestão de Neto em Salvador e foi eleito para a Câmara dos Deputados com o apoio do então amigo. A relação era tão próxima, que o ex-ministro convidou o ex-prefeito da capital baiana para ser padrinho de sua filha.
Porém, no momento em que ACM Neto buscava descolar sua imagem política da de Bolsonaro, o amigo decidiu aceitar o posto no governo federal, contra a vontade de seu padrinho político. A partir daí, a relação entre os dois azedou e João Roma se tornou o principal representante do bolsonarismo na Bahia.
Durante a campanha eleitoral de 2022, quando os dois se lançaram ao governo da Bahia, Roma e Neto trocaram farpas constantes, inclusive durante um debate na TV Bahia.
Condenado
Bolsonaro acabou condenado, nesta sexta-feira (30), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social. O caso em questão se refere à reunião convocada pelo então presidente da República, no dia 18 de julho de 2022, com embaixadores de diversos países.
Na oportunidade, Bolsonaro fez diversos ataques às urnas eletrônicas, ao sistema eleitoral e às instituições democráticas do Brasil, em um ato que foi interpretado pelo PDT, autor da ação, e pelo Ministério Público como parte de uma campanha político-eleitoral irregular, com o uso da máquina pública,
A reunião, em que Bolsonaro usou informações falsas para desmoralizar o sistema eleitoral brasileiro, foi transmitida ao vivo pela TV Brasil, emissora pública, o que, de acordo com os ministros, configurou o uso indevido dos meios de comunicação social.