Sensibilizar grupo de servidores da prefeitura, do sexo masculino, a entender o problema da violência contra a mulher como um assunto de todos. Esse foi o propósito que norteou a realização da roda de conversa com homens das 24 secretarias e autarquias que compõem o Poder Executivo Municipal. Fruto da parceria entre as secretarias da Mulher (Semu) e do Turismo (Setur), o encontro ocorreu na tarde desta quinta-feira (24/3), no auditório do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) Yolanda Pires.
O evento visa tornar esse grupo de servidores multiplicador da causa. A atividade foi conduzida pela advogada e jornalista Patrícia Zapponi, que também é especialista em direitos humanos, crimes contra a dignidade sexual, violência doméstica e intrafamiliar, e direito da família.
Fundadora da Campanha Laço Branco no Brasil, Zapponi dedica-se a mobilizar e engajar pessoas, sobretudo os homens (sejam estes ofensores ou não), na luta pelo fim da violência contra a mulher. "É importante trabalhar com os homens, porque eles são os ofensores. E isso é uma questão cultural e educacional. Nós atuamos de modo a promover a mudança de comportamento de homens com relação às mulheres e meninas", explicou.
Cristiane Bacelar, responsável pela Setur e embaixadora do Laço Branco na Bahia, reconhece a parceria com a Semu como uma oportunidade de potencializar ações voltadas para o fortalecimento integral da mulher camaçariense. "Essa construção conjunta, multidisciplinar no governo do prefeito Elinaldo Araújo é importante para que tenhamos resultados efetivos na sede e na costa do nosso município. A Setur é transversal em essência, e questões como a da violência perpetrada conta a mulher, assim como implementação de políticas públicas voltadas à geração de emprego e renda para a mulher, oportuniza que ela deixe esse ciclo de violência", pontuou.
A secretária Fafá de Senhorinho, titular da Semu, ratificou a importância da colaboração entre as secretarias e autarquias municipais a fim de desenvolver iniciativas robustas em prol da mulher. "Precisamos das parcerias entre as diferentes pastas do governo em conjunto com a comunidade, para fazer um trabalho com qualidade e eficiência. E essa roda de conversa é um exemplo dessa colaboração", reconheceu.
Rafael Ferreira, agente de trânsito da Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STT), foi um dos participantes da roda. Para ele, mesmo a Superintendência já realizando sensibilização de seus colaboradores para a questão da violência contra a mulher, é sempre importante reforçar o apoio a trabalhos dessa natureza. "A gente enquanto homem, como agente de trânsito, tem também a responsabilidade de ajudar no que for possível, desenvolvendo um trabalho interligado a outras secretarias, no sentido de combater a violência contra a mulher", afirmou.
Atuando como gerente na Sejuv, Diógenes Mendes reconhece que precisa haver uma transformação da cultura masculina. "Esse tipo de trabalho tinha que ser mais frequente porque isso precisa acabar. Nada melhor do que focar na parte masculina da relação, para que se conquiste uma qualidade de vida melhor para ambos, de modo a desnaturalizar a violência contra a mulher", colocou.
