Apesar de já ter declarado ser contra reuniões particulares, o presidente Lula (PT) tem realizados encontros secretos com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) para debater sobre a reforma ministerial.
De acordo com informações da Folha de São Paulo, os encontros tem ocorrido à noite e Lula estaria adotando estratégias semelhantes as usadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para despistar a imprensa, Bolsonaro enviava o comboio de carros a determinados locais, sem a presença dele, enquanto seguia para outros sem ser notado. Já Lula tem dispensado os seguranças e adotado a utilização de “carros à paisana” para os encontros com Lira.
O comportamento de Lula contradiz o que ele defende desde que assumiu o mandato como presidente da República. No último dia 13 de julho, ele afirmou que não faria conversas secretas com Lira e classificou como “grave” os encontros feitos às escondidas.
"No momento certo, nós vamos conversar [com Lira e líderes partidários] da forma mais tranquila possível. Eu não quero conversa escondida. Eu não quero conversa secreta", afirmou o presidente em entrevista à TV Record.
"Na hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos que eu vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que que eu conversei com cada um, o que foi ofertado para a participação do governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o final do mandato", completou na mesma entrevista.
Em uma dessas reuniões com Lira Lula definiu que a reforma ministerial vai marcar a entrada do Centrão no seu governo.
Com as mudanças, Silvio Costa Filho, do Republicanos, vai assumir o Ministério dos Portos e Aeroportos. O André Fufuca, do PP, vai ficar com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). No entanto, segundo a coluna há possibilidade de que o MDS perca a gestão do Bolsa Família. Já a Caixa será entregue ao PP, da presidência às vice-presidências.