Em trabalho conjunto, o governo do estado do Rio de Janeiro e o Ministério da justiça e Segurança Pública vão investigar a lavagem de dinheiro de organizações criminosas que atuam no território fluminense, como as facções do tráfico e milícias que promoveram atentados na zona oeste do Rio nesta semana. O objetivo é asfixiar financeiramente esses grupos, que mantêm controle sobre mais de 20% da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O trabalho será coordenado pela Casa Civil do governo do Rio, e a equipe de trabalho contará com a participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros.
Para Cláudio Castro, interceptar a lavagem de dinheiro desses grupos é um ponto importantíssimo. “Na semana que vem, esse grupo de trabalho já deve estar instituído, começando a funcionar e dando continuidade a um trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Queremos dar um resultado perene, que funcione, que asfixie essas máfias e permita dar uma vida melhor para nosso povo”, disse o governador.
Ricardo Cappelli, secretário executivo do Ministério da Justiça, explicou que a prisão dos líderes não é suficiente para impactar essas organizações, que lucram com diversas atividades ilegais, o que inclui a cobrança de taxas a moradores e até mesmo o controle de serviços básicos como água e luz elétrica.
“É importante prender líderes de organizações criminosas? Claro que sim. Isso resolve o problema? Claro que não. Precisamos quebrar a espinha dorsal do crime, asfixiando as estruturas financeiras e reduzindo o seu potencial ofensivo. É nisso que estamos trabalhando. Todos os dias.”, compartilhou o secretário nas redes sociais.
Na última segunda-feira (23), uma operação da Polícia Civil terminou com a morte de um dos líderes de uma milícia da Zona oeste do Rio, o que acabou evidenciando o poderio desses grupos. Como consequência, foram incendiados 35 ônibus e um trem em sete bairros diferentes. Após os ataques, mais de 7 mil pacientes ficaram sem atendimento médico por causa do fechamento de unidades de saúde e mais de 10 mil alunos de escolas municipais ficaram sem aulas.
Na terça-feira (24), o líder de um grupo miliciano rival foi preso. Segundo Castro, foi um "golpe duro" na milícia, porque o criminoso era operador financeiro do grupo que atua em Ramos, na Zona norte da cidade.