O Exército e a Polícia Civil do Rio de Janeiro negociaram com um integrante da facção criminosa Comando Vermelho a devolução das 21 armas roubadas da base do Exército em Barueri (SP) no mês de setembro deste ano.
A negociação foi revelada pelo portal Metrópoles nesta segunda-feira (11), que teve acesso ao depoimento do inspetor Christiano Gaspar Fernandes, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, registrado no dia 7 de novembro.
Christiano Gaspar contou que as tratativas ocorreram com um “colaborador” da facção e um traficante de armas. O inspetor disse que, alinhado com o Exército, usou uma tática de contrainformação e forneceu ao “colaborador” do Comando Vermelho informações sobre uma operação que aconteceria na Cidade de Deus, na zona oeste do RJ, onde estavam as armas. Em troca, as metralhadoras seriam devolvidas.
No dia 19 de outubro, a Polícia Civil anunciou ter recuperado oito das 21 armas que haviam sido roubadas. No total, 19 armas do arsenal foram encontradas: oito pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e nove pela Polícia Civil de São Paulo. Ninguém foi preso.
Ao Metrópoles, o Exército negou que tenha participado das tratativas e alegou que as “ações tomadas são sempre pautadas pelo princípio da legalidade”.
