Dos 39 parlamentares que integram a bancada baiana na Câmara, somente dois assinaram o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fruto de um movimento organizado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em reação à fala na qual o petista compara a ação de Israel na Faixa de Gaza ao holocausto nazista. São eles Capitão Alden e Roberta Roma, ambos do PL e tidos como membros da tropa de choque do bolsonarismo no estado.
(Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Nem mesmo outros deputados da Bahia alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro endossaram o pedido, que até a tarde desta quarta-feira (21) havia reunido 122 assinaturas. É o caso de Jonga Bacelar (PL) e Alex Santana (Republicanos). Ao contrário de Alden e Roberta, que é esposa do ex-ministro da Cidadania João Roma, Bacelar e Santana não são destinatários dos chamados votos de opinião da extrema-direita, ala que abriga os bolsonaristas de puro-sangue. O que talvez explique a decisão de não assinar o pedido de impeachment contra um presidente querido pelo eleitorado do estado.
No pedido, Zambelli alega que a fala de Lula se enquadraria em "crime de responsabilidade contra a existência política da União por cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”. Apesar da mobilização e do mal-estar criado pelas declarações de Lula até mesmo entre aliados leais como o senador Jaques Wagner (PT), as chances de emplacar o impeachment na Câmara são nulas no panorama atual.