O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente eleito do União Brasil, ACM Neto, criticou a declaração do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sobre o analfabetismo. “[O analfabetismo] é como se nós tivéssemos uma doença. Para mim, o analfabetismo é uma doença da ignorância, de não poder ler, não pode escrever, não pode criticar. Isso acaba sendo uma doença, subjetivamente falando”, disse o gestor estadual, na última sexta-feira (1/3).
Nesta segunda-feira (4/3), ACM Neto comentou a declaração do governador, afirmando que os analfabetos não são doentes, mas vítimas do descaso com a educação. “São vítimas de pessoas como o senhor [Jerônimo], que infelizmente não consegue entender que, através da educação, a gente muda a sociedade. As pessoas mais pobres só terão condições de vencer na vida com uma educação pública de qualidade, que é o que defendo”, comentou.
DADOS
Nas redes sociais, ACM Neto disse também que a Bahia é o estado campeão em analfabetismo no país, mas dados do último Censo de 2022 do IBGE apontam que o estado é o que tem menos analfabetos na região Nordeste (10,3%). De acordo com o IBGE, as três maiores taxas de analfabetismo foram observadas no local são no Piauí (14,8%), em Alagoas (14,4%) e na Paraíba (13,6%).
ENTENDA A POLÊMICA
Em fevereiro, o governador falou sobre a possibilidade de revogar a portaria – emitida em janeiro – que cria um “regime de progressão parcial” nas escolas baianas, facilitando a aprovação de alunos reprovados em disciplinas e com baixa frequência. Disse, à época, que pediu à secretária de Educação da Bahia, Adélia Pinheiro, que conversasse com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (Aplb) e coordenadores pedagógicos sobre a medida. Isso, no entanto, não foi bem visto por parte da categoria e políticos da oposição.