Em reunião nesta quarta-feira (13/3), a Prefeitura de Camaçari, por meio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), recebeu de representantes da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e da Geometrisa Serviços de Engenharia o Plano de Ação Emergencial (PAE), bem como os mapas de inundação proveniente de ruptura hipotética, referentes às barragens Santa Helena, Joanes I e II.
De acordo com Ivanaldo Soares, gestor da Defesa Civil, em 2023 a Embasa já tinha entregado ao município o plano de segurança para os casos de rompimento ou de enchente, ficando pendente o PAE relativo a cada barragem. "Com esse plano a gente se aproxima da segunda fase, que será a de cadastramento populacional e de treinamentos simulados, tanto para a população ribeirinha quanto para os nossos agentes. Ele tem a finalidade de orientar, numa situação prática, a retirada segura dos moradores em caso de anormalidade", explicou.
O analista de Saneamento da Embasa, Lúcio Landim, relatou que esse procedimento segue o que determina as legislações específicas, e está sendo realizado prioritariamente junto aos municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador (RMS), em função do adensamento populacional da região. "As estruturas das barragens da Embasa estão todas em perfeitas condições. Os estudos de análise de estabilidade, a revisão periódica, os projetos de recuperação, que a gente tem feito nessas barragens, tem realmente certificado a cada dia que, do ponto de vista de segurança, a gente não tem nenhuma preocupação", esclareceu.
O diretor da Geometrisa Serviços de Engenharia, empresa responsável pelos estudos, Paulo Euclydes Cestari Júnior, salientou que a finalidade do PAE é de salvar pessoas. "Nos planos das barragens de Camaçari foi feita uma nova modelagem hidrodinâmica, mapeando todas as edificações vulneráveis e de toda a população, com o levantamento da quantidade de edificações dentro das ZAS [zonas de autossalvamento]. Fizemos um projeto de sinalização, onde vão ficar as placas de rota de fuga, de ponto de encontro, e de área sujeita a alagamento, bem como o sistema de notificação", relatou.
As zonas de autossalvamento (ZAS) são regiões imediatamente a jusante (rio abaixo) da barragem, em que se considera não haver tempo suficiente para uma adequada intervenção dos serviços e agentes de proteção civil em caso de acidente, como rompimento de barragens, que, em Camaçari, são áreas de responsabilidades da Embasa, juntamente com a Defesa Civil.
O ordenamento das providências supracitadas está em conformidade com as leis federais n.º 12.334/2010, que regulamenta e cria a Política Nacional de Segurança de Barragens, alterada pela Lei n.º14.066/2020.
Foto: Tiago Pacheco