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Camaçarí / BA - 23 de Novembro de 2024
Publicado em 09/04/2024 11h26

PF cumpre mandados contra policiais em operação que investiga crimes ligados ao jogo do bicho

Operação é desdobramento da El Patrón, que investiga um grupo miliciano supostamente chefiado pelo deputado estadual Binho Galinha
Por: Metro 1

A Polícia Federal cumpriu 17 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (9/4), durante deflagração da Operação Hybris, em Feira de Santana. A força-tarefa é um desdobramento da Operação El Patrón, que apura supostos crimes cometidos pelo jogo do bicho na cidade. Entre os alvos, estão um tenente-coronel da Polícia Militar e quatro PMs, que foram suspensos da função em razão de decisão da 1º Vara Criminal de Feira.

De acordo com informações divulgadas à imprensa pelo (MP-BA), os policiais alvos da operação“integram o braço armado do grupo miliciano, sendo responsáveis pela segurança das atividades ilícitas desenvolvidas pelo grupo criminoso, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores decorrentes de infrações penais”.

Conforme nota enviada à imprensa pela PF, a operação foi deflagrada em parceria com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Força Correcional Integrada Forde/Coger/SSP/BA, e a Corregedoria da Polícia Militar (Correg).

Segundo a PF, o objetivo da Hybri é desarticular “uma estruturada e sofisticada organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outras infrações penais”, que atuaria em Feira e em cidades vizinhas.

A Polícia Federal divulgou que, além dos 17 mandados de busca e apreensão, foram bloqueados aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além de converter em preventiva a prisão domiciliar de um dos suspeitos, concecida em dezembro de 2023 pela Justiça.

Os suspeitos estariam envolvidos num esquema supostamente capitaneado pelo deputado estadual Binho Galinha (PRD), que possui foro privilegiado em razão do cargo. Sem citá-lo na nota enviada à imprensa, a PF defende que “faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele”.

LEIA MAIS: Assessor do deputado Binho Galinha é preso durante operação da PF

A deflagração desta operação contou com o apoio do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco).

A investigação, segundo a PF, continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, sustenta a polícia, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

EL PATRÓN

A operação que eclodiu no ano passado pôs Binho Galinha e familiares no cento da do suposto esquema. A investigação aponta que a Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.

Até o momento, a El Patrón efetuou dez mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.

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